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Quanto custa para uma empresa contratar um funcionário CLT?

Quanto custa para uma empresa contratar um funcionário CLT?

Contratar um funcionário por regime CLT para sua empresa inclui custos que vão muito além do salário, podendo chegar até 3 vezes o valor do vencimento, já que existem tributos que entram nesta conta.

Esses tributos e os benefícios são importantes e precisam ser levados em consideração – veja quais são:
• Férias;
• 13º salário;
• FGTS;
• Vale transporte;
• Vale-refeição;
• Plano de saúde;
• Entre outros.
Ou seja, o custo efetivo de um funcionário CLT para a empresa pode exceder até 3 vezes o valor do salário pago ao colaborador – sem contar as variáveis acordadas conforme o sindicato de cada classe, regime de apuração da empresa e ramo de atividade.

É importante para toda e qualquer empresa saber tais custos, de forma a estimular também a permanência do colaborador, evitando situações de turn over.
Pensando assim, o artigo de hoje será sobre isso! Se você quer saber mais continue lendo!


Custo médio de um funcionário CLT
Pelas regras estipuladas na CLT, todo colaborador contratado nesse regime tem direito a:
• Férias
• 13° salário
• FGTS
Além desses, existem os chamados encargos sociais – que são taxas e valores que a empresa paga para outros órgãos e variam conforme o regime tributário adotado e devem ser pagos de acordo com as regras.


O custo de um funcionário nos diferentes regimes tributários
Como dito acima, a depender do regime tributário adotado, os custos do funcionário sofrem mudanças.


Simples nacional
Regime bastante utilizado entre micro e pequenas empresas – infere em alíquotas mais brandas e isenta as empresas de pagarem encargos referentes a:
• INSS patronal;
• Salário educação;
• Seguro acidente de trabalho;
• Contribuições ao SEBRAE, SENAI, SESI ou Incra.

Dessa forma, um funcionário que recebe um salário-base de R$ 1.000,00, soma-se a ele:
• 8% de FGTS por mês: R$ 80,00;
• Férias: R$ 1.000,00 (valor anual);
• 1/3 sobre férias: R$ 333,33 (valor anual);
• 13° salário: R$ 1.000,00 (valor anual);
• 8% de FGTS do valor anual: R$ 186,67;
• Provisão mensal: R$ 210,00.
Soma-se, ainda, o valor do vale-transporte e vale-alimentação mensais.

Lucro real ou presumido
Nesta modalidade de regime, além dos encargos assumidos no Simples Nacional, acrescenta-se outras taxas:
• 20% de INSS – contribuição patronal;
• 1% a 3% de seguro de acidente de trabalho;
• 2,5% de salário educação;
• 20% do descanso semanal remunerado;
• 8,33% do 13º salário;
• 3,3% para SEBRAE, SENAI ou SESI;
• 11,11% das férias (um salário por ano somado de 1/3 de abono).
Nesse caso, o custo médio para a contratação fica mais elevado.

Encargos sociais
Quando se contrata um novo colaborador, a empresa assume 37% do valor do salário líquido com os encargos sociais e, desse valor, 29% representa a contribuição patronal (INSS).
Simulando sobre um salário de R$ 1.000 esse valor é de R$ 290 sendo os 8% restantes relativos ao FGTS, resultando no valor de R$ 80.


Custos com treinamentos e benefícios
Os custos acima devem ser considerados por qualquer empresa, pois quando se pensa no custo de um funcionário, infere também os custos com o crescimento deste: capacitação; workshops e treinamentos; benefícios para atração e retenção de talentos.
Esses custos precisam ser vistos como investimentos, pois permitem que sua empresa gere diferenciais de mercado e crie demandas para o crescimento do negócio.


Vale-transporte, vale-refeição e outros benefícios
O vale-transporte trata-se de uma obrigação coletiva, não sendo incluído no salário, mas sim pago à parte, sendo um direito garantido por lei.

O cálculo é feito com base em quantos ônibus o funcionário utiliza por dia para ida e retorno do trabalho, multiplicando-se por 22 (média de dias úteis no mês), com o qual o colaborador contribui com 6% do seu salário.

Substituição do vale-transporte por auxílio combustível só é possível mediante acordo entre empresa e colaborador, desde que o funcionário renuncie seu direito ao vale transporte e forneça mensalmente os comprovantes de gastos com combustível.

Já benefícios como vale-refeição e vale-alimentação são opcionais e definidos de acordo com a categoria, em geral determinados por convenção coletiva pelo preço médio da refeição. Além disso, a empresa pode arcar também com outros benefícios: plano de saúde, plano odontológico, auxílio-creche, entre outros.


Calculando o custo final de um funcionário
Considerando os pontos elencados ao longo do artigo, para calcular o custo de um funcionário para sua empresa, faz-se necessário levar em consideração:
• Valores combinados na contratação (salário, benefícios como vale-transporte ou auxílioalimentação);
• Valores que devem ser pagos sobre os tributos para o governo (que variam a depender da categoria);

Considerando o pagamento de todos os valores fiscais e considerando todas as obrigações previstas em lei sobre o custo de um funcionário, podemos elaborar um exemplo, imaginando um funcionário com o salário de R$ 1.000,00:
• Salário acordado – R$ 1.000,00;
• Vale-transporte – R$ 138,00 (pensando no custo da passagem a R$ 4,50);
• Auxílio-alimentação – a empresa paga 80% do valor;
• Fração do 13° salário (8,3%) – R$ 83,00;
• Fração das férias (11,11%) – R$ 111,10;
• FGTS (8%) – R$ 80,00;
• Fração de FGTS com 13° e férias (1,4%) – R$ 14,00;
• INSS (20%) – R$ 200,00;
• Fração do INSS com 13° e férias (4%) – R$ 40,00.
Esse cálculo do exemplo incorre no custo total do funcionário de R$ 1.666,10 (não incluso o auxílio-alimentação).

Esses são os cálculos base que sua empresa precisa fazer na hora de contratar um colaborador por CLT, aplicando as variações e valores corretos para seu negócio, você obterá uma visão mais ampla para utilizar nas contratações futuras, focando nas necessidades particulares do seu negócio para que haja sempre um maior crescimento e maior taxa de lucratividade.

Então para saber com exatidão o quanto custa um funcionário para sua empresa, você precisa considerar os pontos que abordamos neste texto e ainda estar atento sobre qual é a forma de contratação mais vantajosa para seu negócio, de forma que não haja prejuízos financeiros e tampouco problemas com o fisco.

Os custos podem ser altos, dessa forma, o ideal é sempre reter talentos na sua empresa para redução do turnover e gastos com demissões.

Elizandra Maia
Grupo Innovacon