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O poder da boa comunicação na vida profissional

O poder da boa comunicação na vida profissional

Por que é importante termos um olhar cuidadoso sobre a Comunicação?

A comunicação ocorre quando uma pessoa transmite uma mensagem ou algo que está dentro dela. É um processo não repetitivo, que sempre se aprimora. É criado e renovado. É o meio pelo qual o ser humano recebe e transmite ideias, mensagens, sentimentos, emoções, impressões e imagens de várias ordens. Todo ser humano possui capacidade e inteligência suficientes para comunicar-se. Entretanto, em muitos casos, mesmo dotado de todas essas habilidades necessárias, a comunicação e a mensagem nem sempre são transmitidas com eficiência e qualidade no discurso. Quando isso ocorre, o conteúdo e seu entendimento podem ficar a desejar, o que compromete todo o significado da mensagem envolvida.

Ser um bom comunicador traz para o indivíduo várias vantagens não só em seu ambiente profissional, mas também em sua vida pessoal. Quando se trata de fluência, subtende-se que o indivíduo saiba expor suas ideias com coesão e coerência e o faz utilizando sua inteligência.

Que aspectos envolvem a nossa comunicação?

A comunicação é subdividida em aspectos verbais e não verbais. A comunicação verbal refere-se a tudo que se é falado ou escrito, tudo o que utiliza as palavras para compor a mensagem. Ela distingue o homem das outras espécies. Na comunicação não verbal, o homem exterioriza o seu lado psicológico, referindo-se a tudo que envolve comportamentos, gestos, postura corporal, expressão facial, imagem pessoal, relação de distância entre os indivíduos e voz, que são evidenciados durante a tentativa de comunicação. As pessoas interagem mediante a utilização desses aspectos e organizam-se socialmente de forma livre, tudo por meio da linguagem.

Percebe-se a linguagem não estritamente como uma forma gramatical, mas algo compreendido, fundamentalmente, como um meio de alcançar o entendimento recíproco acerca de algo. Ela possibilita a ação e expressão do indivíduo, mas também sua interpretação em relação a crenças, valores e interesses, tanto na forma de agir, como na capacidade de interpretar o significado dos atos dos outros indivíduos e a maneira como eles se relacionam com os outros. Assim, a análise da fala possibilita compreender o porquê e para que o discurso se forma, a fim de explicar suas causas e consequências.

O que significa ter competência comunicativa?

Comunicar não se refere somente ao ato de falar, pois a comunicação oral é um processo complexo e que se baseia na fala, mas não se restringe a ela, pois são necessários desenvolvimento e aperfeiçoamento de diversas habilidades. Referese, portanto, à competência comunicativa. A competência comunicativa trata-se de uma habilidade por meio da qual um indivíduo pode dirigir-se ao outro com clareza, coerência e eficiência. Refere-se às capacidades de falar, escrever, escutar e selecionar as maneiras de linguagens mais adequadas a cada discurso específico.

O Ouvir e o Falar: dois importantes lados da comunicação A habilidade de ouvir é tão importante quanto à de falar. Pode-se dizer que é impossível que o agir comunicativo ocorra utilizando somente a fala, sem que haja alguém para receber a mensagem do emissor. Baseando-se em frequência para quantificar valor, ouvir pode ser considerado como o aspecto mais importante para a comunicação, pois a pessoa passa mais tempo utilizando a habilidade de ouvir do que utilizando qualquer outra característica da comunicação. A habilidade de falar também tem sua importância e é a essência nas relações entre os sujeitos no momento do ato comunicativo.

A Persuasão na Comunicação

Uma pessoa consegue convencer outra e, também, pode ser convencida de algo por ela em uma mensagem. A fala tem grande influência e extensão por causa da sua forma de ser interpretada, conseguindo transmitir variadas ideias a partir dos efeitos de emoções, ações, pensamentos ou atitudes dos ouvintes. O efeito que é causado nos ouvintes é denominado “persuasão”. A persuasão divide-se em três categorias:

- ethos – persuasão por meio da personalidade e do caráter de quem fala;
- pathos – persuasão por meio da emoção usada nas mensagens;
- logos – persuasão por meio da razão e da escolha das palavras do emissor.

Em um único discurso é possível encontrar uma ou, até mesmo, todas as formas de persuasão. O mundo das negociações vem exigindo cada vez mais que os profissionais se tornem cada vez melhores comunicadores, aprimorando suas habilidades para potencializar seus negócios. Por esse motivo, os profissionais têm demonstrado grande interesse pelo “poder da persuasão”. Para muitos, ser um bom profissional, vendedor, político, executivo etc. implica ser um comunicador eficiente. Assim, ser persuasivo torna-se uma grande habilidade e com muita importância no mundo das negociações.

Persuadir tem uma ligação necessária com a forma como os homens concordam com aquilo que é proposto a eles e com as condições da coisa que se quer fazer acreditar. O ato de persuadir consiste em agradar e também em convencer. Por meio da persuasão, atitudes e opiniões são mudadas. Trata-se de criar nos indivíduos emoções ainda não existentes e de estimular o outro a uma atitude adequada a um objetivo específico. Pode também ser vista como um exercício de influência, que é efetivado mediante o uso de mecanismos de interação social. Por meio desses mecanismos, as atitudes e opiniões são mudadas. Porém, o ato de persuadir alguém só será eficaz se já existir no outro uma tendência para o comportamento em questão.

A boa comunicação em profissionais de saúde

Melhorar a comunicação dos profissionais de saúde é um dos desafios comuns dentro de clínicas e consultórios. Ao lidar com a saúde e com o bem-estar de pacientes e colaboradores, é necessário que as falas sejam bastante precisas, facilitando o entendimento entre profissionais e evitando perdas por falhas na comunicação.

Para isso, é fundamental que os especialistas estejam em harmonia e que haja uma série de processos bem estabelecidos. É de suma importância que o cuidado em saúde seja viabilizado de tal forma, que a comunicação e os questionamentos realizados pelos pacientes sejam prontamente respondidos, para que, desta forma, o autocuidado seja efetivo. E, além disso, pacientes com baixa escolaridade tendem a vivenciar mais situações que ameaçam a sua segurança, como por exemplo no uso correto de medicações e demais eventos adversos que possam ocorrer por má interpretação ou falta de comunicação nas orientações com os profissionais de saúde.

De acordo com as recomendações da Healthy People 2030 (processo plurianual de um grupo internacional de especialistas em saúde), até mesmo os pacientes com altos níveis de letramento podem sentir dificuldade para compreender e interpretar as informações e serviços de saúde, o que argumenta a favor de uma comunicação mais clara e eficiente para efetividade de qualquer tratamento de saúde.

Além da garantia de um bom tratamento a boa comunicação também favorece relacionamentos saudáveis entre profissionais, colaboradores e profissional/paciente. Uma comunicação empática com escuta ativa e neutra e o uso de perguntas certas promovem uma conexão real entre as pessoas e pode ser a grande responsável pela adesão e confiança do paciente no profissional de saúde.

Comportamentos simples como recepção gestual cortês, contato visual durante a fala do paciente, atenção plena nas conversas são atitudes que tornam um profissional diferenciado. Essas posturas, aliadas ao investimento na competência técnica, destacam o profissional e garantem sua visibilidade no mercado de trabalho.

Há vários profissionais que atuam com a comunicação como radialistas, políticos, jornalistas, professores, cantores, vendedores entre outros. Embora o foco do profissional da saúde esteja nas habilidades em escolher e desenvolver os tratamentos adequados para seus pacientes, ele também é um profissional que usa sua comunicação como importante ferramenta de trabalho. Além da interação direta com o paciente, muitas vezes o profissional também realiza a venda dos seus serviços durante o tratamento, nas redes sociais, em eventos profissionais e reuniões de equipe. E, profissionais que dominam com facilidade a habilidade de decodificar sinais alheios e usam sua linguagem corporal associada a atitudes assertivas conseguem uma vantagem significativa nos negócios.

Diversas pesquisas e artigos comprovam que habilidades de comunicação não são adquiridas com o tempo, mas sim com adequada capacitação. Portanto, fica aqui a sugestão para a necessidade da educação destes profissionais no que tange à utilização de estratégias de comunicação para a interação e inter-relação com os pacientes e ambiente profissional geral.

Rachel Loiola
Fonoaudióloga, Consultora de Imagem Pós-doutora em Comunicação e Semiótica